Canto Terceiro da Sereia: O Encanto
CD-Música de Filipe Mukenga e Filipe Zau
O “Canto Terceiro da Sereia, o Encanto” faz parte de uma trilogia musical inspirada na “Kianda”, figura mitologia dos pescadores da Ilha de Luanda.
Este lítero-musical tem como pano de fundo as memórias de um tripulante em navios da antiga marinha mercante e de um seu irmão, condutor de uma máquina a vapor na antiga linha férrea do Amboim. A razão do reencontro, após um afastamento forçado, se deveu ao facto de o café produzido no interior da província do Kwanza Sul ser, na década de 50, transportado pelo corredor Gabela/Porto Amboim, para, depois de armazenado nos grandes armazéns do litoral, ser exportado para o mundo em navios cargueiros atracados ao largo, por falta de um porto acostável.
Língua: Português
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O “Canto Terceiro da Sereia, o Encanto” faz parte de uma trilogia musical inspirada na “Kianda”, figura mitologia dos pescadores da Ilha de Luanda.
Este lítero-musical tem como pano de fundo as memórias de um tripulante em navios da antiga marinha mercante e de um seu irmão, condutor de uma máquina a vapor na antiga linha férrea do Amboim. A razão do reencontro, após um afastamento forçado, se deveu ao facto de o café produzido no interior da província do Kwanza Sul ser, na década de 50, transportado pelo corredor Gabela/Porto Amboim, para, depois de armazenado nos grandes armazéns do litoral, ser exportado para o mundo em navios cargueiros atracados ao largo, por falta de um porto acostável.
FICHA TÉCNICA
Ciclo da terra
Vozes — Toty Sa’Med, Gari Sinedima e Jay Lourenzo
Bateria — Helio Cruz
Bateria programada — DH
Percussão — Yasmane Santos
Baixo Fretless — Mayo Bass
Guitarras, Violão 12 cordas e Violão — Toty Sa’Med
Teclados, Vocoder Moog Bass — Nino Jazz
Trompete, Flughelhorns arranjos de violino e metais — Christian Martinez
Flauta e Sax tenor — Thierry Farrugia
Tuba — Didier Havet
Harpa — Obile Abrell
Violino — Lysiane Métry
Ciclo do Fogo
Vozes — Selda, Katiliana e Nayela Simões
Arranjos, Baixo, Violão e Guitarras — Munir Hossn
Bateria — Tuur Moens
Clarinete e Alto Sax — Ricardo Toscano
Ciclo da Água
Voz introdutória — Sandra Cordeiro
Vozes — Emanuel Mendes, Bruno Neto, Gomes Domingos, Ndaka Yo Wiñi
Percussão — Yasmane Santos
Baixo Eléctrico e Baixo Fretless — Mayo Bass
Violão de 12 cordas, Violão, Guitarra, Cavaquinho — Toty Sa’Med
Acordeão — João Frade
Violino — Lysiane Métry
Arranjos de violino — Christian Martinez
Ciclo do Ar
Vozes — Filipe Mukenga e Anabela Aya
Bateria — Tuur Moens
Baixo Eléctrico, Baixo Synth, Guitarras e Violão — Toty Sa’Med
Teclados, Melódica e Vocoder — Nino Jazz
Trompete, Flugelhorns e arranjos de metais — Christian Martinez
Produção Executiva, Concepção, Letras, Textos e parte instrumental no “Ciclo da Água” — Filipe Zau
Músicas — Filipe Mukenga
Produção Musical e Arranjos — Nino Jazz
Técnicos de som — Waldemar Vilela (captação e edição) e Rui Guerreiro (mistura e masterização)
Ilustração da capa — Arlette Marques
Design — Ricardo Rodrigues
Gravado, entre 2014 e 2019, em estúdios em Luanda, Paris, Amesterdão, Lisboa, Faro e Los Angeles.
CICLO DA TERRA
(O REENCONTRO)
Após anos de separação justificados pela necessidade de trabalho pela sobrevivência, a revisitação do tempo em que os irmãos Augusto e Francisco, filhos de uma autoridade tradicional de Cabinda, passaram juntos uma feliz infância e adolescência, ocorreu, em Porto Amboim, numa humilde casa situada no Morro do Canivete. Augusto era maquinista do caminho-de-ferro e Francisco tripulante em navios da marinha mercante portuguesa. Perto da praia armazenavam-se os sacos de café torrado para exportação, que chegavam do interior em vagões atrelados a uma máquina a vapor, de nome Benguela-a-Velha. Ancorados ao largo, na grande baía de Porto Amboim, os porões dos cargueiros aguardavam pelos sacos de café, que, por falta de cais acostável, haveriam de chegar dos botes, que faziam a ligação entre a terra e o mar.
(Augusto)
Numa aldeia em Cabinda
Eu nasci em Mandarim
Levo a máquina a vapor
Para a Vila de Porto Amboim
Seu nome Benguela-a-Velha
E levo o café da Gabela
P’ra antiga aldeia Kissonde
Ex-Feitoria de Benguela
Tentei a vida em Luanda
Tentei a vida em Malange
Cheguei a Porto Amboim
Só eu cuidando de mim
Longe ficou o Chiloango
Só o Keve aqui perto
Trabalho sou maquinista
Com rumo na vida certo
(REFRÃO)
Nos morros muita galinha
E também muito cabrito
Do mato vem carne de caça
De javali, veado ou pakassa
Mariscos vêm do mar
Bom peixe e também o sal
Muita gente há a trabalhar
Muita gente há a viver mal
(FRANCISCO)
Eu nasci em Mandarim
À beira de uma mafuma
Filho de Tiaba da Costa
Do Tratado de Chinfuma
De uma aldeia em Cabinda
Fui para Luanda e Malange
Com licença para embarcar
Entrei na dura vida do mar
A bordo sou um marinheiro
O camarote minha residência
O mar é o meu companheiro
Deu-me ao corpo resistência
Fiz faculdade no dia-a-dia
Fui de Lisboa a Bombaim
Fizemos escala numa baía
Chamada de Porto Amboim
(REFRÃO)
Nos morros muita galinha
E também muito cabrito
Do mato vem carne de caça
De javali, veado ou pakassa
Mariscos vêm do mar
Bom peixe e também o sal
Muita gente a trabalhar
Muita gente a viver mal
(AUGUSTO)
Espero um dia chegar à Estação
E ter notícias do meu irmão
Porque o destino disse sim
Estou a caminho de Porto Amboim
(AUGUSTO)
Quero na mesa ver maiaka
Quero na mesa ver tchikuanga
Quero ver gingibre e cola
E música na grafonola
Chamem gente da minha terra
Para connosco sentar à mesa
Já chegou a Porto Amboim
Meu irmão a seguir de mim
Quero na mesa uma jinguinga
E um caldo de peixe seco
Quero na mesa vinho palheto
Da loja do senhor Barreto
Quero lavados e penteados
Ver filhos e netos na mesa
Já chegou a Porto Amboim
Meu irmão a seguir de mim
Ao largo está a atracar
Mas o bote o irá buscar
Vamos hoje falar Ibinda
Nossa língua de Cabinda
(FRANCISCO)
Estava escrito nas estrelas
Que de tanto te procurar
Seria mesmo junto ao mar
Numa aldeia, vila ou cidade
Que te abraçaria de verdade
Estava escrito nas estrelas
Que nos iríamos encontrar
Para de novo conversar
Das coisas claras e escondidas
Que compõem as nossas vidas
Estava escrito nas estrelas
Que nas nossas diferentes rotas
Teríamos vitórias e derrotas
Onde o navio fosse atracar
Ou o comboio estacionar
Estava escrito nas estrelas
Que o caminho certo ou errado
É o próprio destino marcado
Antes donos de terra e marfim
Hoje vivendo uma vida ruim
Quero conhecer a cunhada
Quero abraçar os sobrinhos
Do navio trouxe bolinhos
E rebuçados para criançada
(AUGUSTO)
Me enamorei da Domingas
Mãe dos meus primeiros filhos
Com ela fiz a Isabel
O Chico, a Ana e a Edith
Outra filha mais pequena
Com a mãe então morreu
Houve um raio vindo do céu
E tudo em casa logo ardeu
Gostava de uma senhora
Que vivia na Gabela
E foi numa escapadela
Que com ela fiz a Elisa
Depois em Porto Amboim
Vi a Maria da Cruz
Com ela eu namorei sim
Mas faleceu ao dar à luz
Tua cunhada é a Tina
E o miúdo bem traquina
Malandro e possessivo
É o meu mais novo Ivo
(FRANCISCO)
Eu espreitei pela vigia do navio
Logo imaginei os bons sinais
Como será então aqui o mulherio
A terra à vista e ali o cais
Há cerveja em todo o bar e muito vinho
Whisky, conhaque e bom champanhe
Em vez de me perder aqui muito sozinho
Que haja alguém que me acompanhe
Quando estou em alto mar
Sou escravo do dia-a-dia
Quando venho para terra
Sou dono de muita Maria
Todo gasto é muito perto
No cabaré, música dançante e meretrizes
Chamo uma delas para mim
Para o meu pé
E numa noite somos felizes
(UM MARINHEIRO)
Um olhar mais insistente
Um sorriso mais contente
A partir do meio do bar
Perto dela eu vou chegar
Um assunto sem assunto
Um querer aproximar
Um convite para dançar
Com ela eu vou ficar
Minha cabeça roda
Roda rodopia a gente
Um copo de gelo e whisky
Vai dopando a minha mente
Se é grande a confusão
Maior a minha solidão
Sem arte e sem magia
Durmo em cama vazia
CICLO DO FOGO
(À HORA DA PARTIDA)
Da gare da estação parte a máquina a vapor que atravessará os morros que distam de Porto Amboim à Gabela. No cais de madeira, as mulheres se despedem dos tripulantes que seguirão viagem com os porões do navio abarrotados de sacos de café. À hora da partida, são de angústia os apitos lançados pelo comboio e pelo navio ancorado ao largo, como se de um último reencontro se tratasse. O carvão incandescente faz deslocar em terra o Benguela-a-Velha, enquanto os ingredientes da “sopa de fogo” são cozinhados na casa das máquinas do navio, que se prepara para seguir para o alto mar. O choro das mulheres deixa de estar retido nas gargantas e se confunde com os apitos da partida.
(a meretriz)
Vou estar no cais à tua espera
Quando chegares de viagem
Vou soltar o meu sorriso
Quando olhar a tua imagem
Para ti vou cozinhar
Acariciar-te as costas
E à noite vou-te oferecer
Os kitutes que mais gostas
Quando na cama eu estiver
E tu chegares ao pé de mim
Quero sentir o teu perfume
Esse teu cheiro a jasmim
(a consorte)
Eu sou tua mulher
E o homem da casa
Sou tua companheira
Para a vida inteira
Trabalho em casa
E por vezes para fora
Teu salário é pouco
E gastas feito louco
Eu sou tua mulher
Conheço-te bem
E acompanho à distância
O teu sai e vem
Sou a mãe do teu filho
De outros sou madrasta
Do que fazes por fora
Eu me calo quanto basta
Sou desejo por dentro
Uma caldeira a ferver
Vivo o ciclo do fogo
Em cada entardecer
Sou mulher ciumenta
E te amarro ao meu nó
Eu sou tua mulher
E sou de um homem só
(A AMANTE)
Estou contigo numa amizade colorida
Ou se quiserem, numa relação não assumida
Há pois quem diga que eu sou uma infeliz
Que me assemelho a uma meretriz
Estou contigo sem poder fazer alarde
De forma secreta, uma meia-noite ou meia-tarde
Sei que chegas tarde
De regresso ao teu abrigo
Mas o teu melhor ardil
É o de saíres com um amigo
Há pois quem diga que eu sou uma infeliz
Que me assemelho a uma meretriz
Na boca desta gente eu represento um perigo
Mas o meu maior pecado
É gostar de estar contigo
Até sempre meu amor
CICLO DA ÁGUA
(Do mar e da kianda)
Não me falem de mitos e realidades, quando, em pleno mar alto, o ciclo da água faz com que as vagas oceânicas batam sem dó no casco do navio. Se ela existe ou não, o certo é que a vejo entre as vagas do mar, sem a certeza ter de ser metade peixe e metade mulher. Sob a luz do luar, há sim uma parte mulher, com longos cabelos a cobrirem os seus seios. Pelo cheiro a maresia e canto sensual há, contudo, uma única certeza: vem de Luanda o encanto da Kianda.
(1º marítimo)
No mar está minha vida
Minha vida está no mar
No mar está minha vida
Que é mais sofrida que vivida
No mar está minha vida
Minha vida está no mar
Do mar eu não tenho medo
Disso não faço segredo
Do imenso mar vem meu salário
E eu ganho menos que proletário
Medo eu só tenho da Kianda
E das calemas lá em Luanda
Mas se um dia a sereia me chamar
Se p’ras profundezas me quiser levar
Deixo para a família a melancolia
Deixo para os cabarés minha alegria
No mar está a minha vida
Minha vida está no mar
No mar está a minha vida
Desculpe, já estou de partida
No mar está a minha vida
Minha vida está no mar
Do mar eu não tenho medo
Trato dele como brinquedo
Do imenso mar vem meu salário
E eu ganho menos que proletário
Medo só tenho do desemprego
Esse, sim, me tira o sossego
Mas se um dia a sereia me chamar
Se p’ras profundezas me quiser levar
Deixo para a família a melancolia
Deixo para os cabarés minha alegria
No mar está a minha vida
Minha vida está no mar
(2º Marítimo)
Já naveguei muitas milhas a fio
Em grandes portos de mar e rio
Frente ao medo só fiz coragem
Em navios de cabotagem
Suporto muito o calor e frios
Onde navegam os grandes navios
Suporto muitas ondas infernais
Filhas gémeas dos temporais
Há o desafio que vem da própria morte
E uma presença grande da Kianda
Há um jogo de azar ou sorte
Em águas longe de Luanda
(3º Marítimo)
Não sou nobre nem burguês
Mas também não sou gentio
Já foi mais de uma vez
Que joguei porrada no navio
Quem entender me chatear
Esteja em terra ou no mar
Vai ver que não sou pequeno
Vai provar do meu veneno
Filho de um chefe tradicional
Servente em navio colonial
Calejado em ventos e marés
Rei dos mais finos cabarés
Já recebi muito bilhete
Para logo desembarcar
Vou para na capitania
Ter de me apresentar
Quando fico sem mar alto
Sou dono do Cais Sodré
Sou dono do Bairro Alto
Sou noite no cabaret
Filho de um chefe tradicional
Servente em navio colonial
Calejado em ventos e marés
Rei dos mais finos cabarés
(4º Marítimo)
Subi à ponte do navio
Quis, à noite, olhar a lua
E o cintilar brilho das estrelas
Desafiando o negro tom do breu
Que domina a vastidão do céu
Rezo a Deus que está no céu
Rezo à Kianda que está no mar
Não há por perto cais nem ilhéu
Quanto desejo tenho de atracar
Subi à ponte do navio
Quis olhar a imensidão do mar
Havia sal e ondas colossais
Feitas de ventos fora dos normais
Tudo para nos atormentar
Rezo a Deus que está no céu
Rezo à Kianda que está no mar
Não há por perto cais nem ilhéu
Quanto desejo tenho de atracar
CICLO DO AR
(TEMPO DE RECORDAÇÃO)
O vento traz-nos ao cenário da nossa memória as melhores e piores recordações, que o ciclo do ar as consegue esbater. Só as grandes paixões resistem à erosão do tempo, que deixa no nosso corpo o inevitável ferrete da idade, na acção fecunda e libidinosa do ciclo da terra.
(HOMEM)
Agora é hora
De por um fim já nesta história
Vens procurar-me pouco depois
Queres ir embora
Qualquer capricho que se prese
Tem seu tempo para acabar
Senão, como vou então me apaixonar
Oh, criatura
Em mim, há uma vontade muito grande de te ter
Há sim!
Vê-se depois, o que vai dar para acontecer
É preciso que logo digas o que afinal pensas fazer
Se é apenas p’ra te entreter
Deixa-me então em paz
A amizade, deves saber, não dá lugar à sedução
Na minha idade já não se brinca com a paixão
Quando dançamos, teu corpo esbelto vai-se colando em mim
E se é para fugires, não dances nunca comigo assim
Em mim, há uma vontade muito grande de te ter
Há sim!
Vê-se depois, o que vai dar p’ra acontecer
É preciso, que logo digas o que afinal pensas fazer
Se é para te entreter
Deixa-me então em paz
Já é hora, de dizeres, o que tu queres
Criatura
O mundo é planeta cheio de mulheres
Podes crer
Agora é hora
De por um fim já nesta história
Vens procurar-me pouco depois
Queres ir embora
(MULHER)
É sexta-feira luz do luar à beira-mar
Vestido negro na negra pele da cor do mel
Nostalgia e muita mágua
À borda de água
Há uma mulher que ficou só
Perdeu sua beleza, afogou-se na tristeza
Jogou tudo na cartada da ambição
Entrou na ilusão
Que riqueza é mais que tudo
E que amor com conteúdo nada é
Veio a baixa maré
Veio também a solidão
E perdeu o sentido
Da paixão
(HOMEM)
Um lilás cobriu o entardecer
No céu havia um espesso manto de gaz
A gravitar
Grávido de sonhos
Risonhos e juvenis
Um anis adocicou o fel
Que caiu mudo
Na embriaguez
cinzenta
Da minha vida isenta
De estar bem comigo
Iris
É um arco-íris visível
Através do meu cálice de mel
Mora comigo uma grande angústia
Marcada por uma grande vontade
Que por vezes
Ela é bem fintada
Pelas traições da minha idade
(HOMEM E MULHER)
Terno foi o pousar tímido
Do teu olhar
Que por instantes
Se cruzou com o meu
Terno foi como antes
O suave aperto
Do nosso abraço
Por mais um reencontro
Mas mais do que o mel
Do teu olhar
Foi, desta vez,
A sua suave carícia da seda
Das tuas belas mãos
(HOMEM)
Te olhei no mais profundo dos teus olhos mulher
Quando encaraste os meus
Não sei se fugiste por medo ou pudor
Tudo acabou por acontecer
Entrei bem mansinho no teu espaço bem guardado
Tudo arrisquei em perder
Sou mero peão num xadrez em que és rainha
Só por paixão irei vencer
Meus braços envolvi ao teu corpo
Na altura em que fomos dançar
Suave cheguei ao teu rosto
No tempo de nos achar
O teu perfume me embriaga
Só por azar é que não vai
Nasceu assim nova saga
De um prazer que não me sai
Fugimos para um mundo que é só nosso
De mais ninguém
Nos envolvemos na mesma chama
Nós acabamos por dormir na mesma cama
Terno calor que a gente tem
Meus braços envolvi ao teu corpo
Na altura em que fomos dançar
Suave cheguei ao teu rosto
No tempo de nos achar
O teu perfume me embriaga
Só por azar é que não vai
Nasceu assim nova saga
De um prazer que não me sai
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