Mafrano (Maurício Francisco Caetano 1916–1982)

Filho de Francisco João Caetano, alfaiate, oriundo de Cambambe, e de Mariana José Marcolino,  nasceu, tal como a sua mãe, no Dondo, terra ondefez a instrução primária, prosseguindo  depois os seus estudos no Seminário de Luanda onde cursou Filosofia e Teologia. Iniciou carreira como aspirante administrativo, conciliando a sua actividade profissional com o ensino e a promoção do valor cultural da antropologia social angolana. Ingressou nos Serviços de Fazenda e Contabilidade, na era colonial, os quais passaram posteriormente para a tutela do Ministério das Finanças, após a independência de Angola, em Novembro de 1975,aí assumiu o cargo de director, função que exerceu até à altura da sua morte, em 1982.
Enquanto escritor, foi colaborador de vários jornais e publicações — com destaque para O Apostolado, Revista Angola, O Angolense, e a Tribuna dos Muceques — utilizando os pseudónimos de MAFRANO e ANATECO.
Como orador, chegava a ser enfático e quase teatral, na opinião de alguns dos seus contemporâneos.
Foi professor de Língua Portuguesa e de Filosofia no Colégio 28 de Maio, no Instituto Makarenko, no Liceu Ngola Kiluanje, na Escola 1. de Maio e no Instituto Pio XII (actual ICRA — Instituto de Ciências Religiosas de Angola). Um dos seus alunos tornou-se figura proeminente na sociedade angolana por ter sido o primeiro angolano negro a ser ordenado bispo: Dom Eduardo André Muaca.
Foi o INALD, através de uma colecção denominada, A Letra, que, no início de 1986, recuperou um belo conto deste escritor para o primeiro número dessa colectânea, O Menino Luís Irmão de João Cassabalo.

Filtros ativos